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A Importância de se Preparar Para Amamentar ainda na Gestação

Atualizado: 20 de mai. de 2021

A Organização Mundial de Saúde (OMS) idealiza um mundo em que todas as gestantes e bebês recebem cuidados de qualidade durante a gravidez, parto e pós-parto em relação à amamentação, o que na maioria das vezes não acontece. Ainda, a OMS e o Ministério Saúde recomendam que o aleitamento materno exclusivo seja realizado até os seis meses de vida, e complementado pelo menos até os dois anos de idade. Contudo, para alcançar estes objetivos, a mãe vai precisar de muita orientação profissional, rede de apoio e informação de qualidade.


E eu estou aqui para te contar algumas razões para que você se preocupe com esse assunto ainda na gestação. Claro, se esse for o seu desejo. Considerando que a regra número 1 na amamentação é: a mãe desejar amamentar. Sim, porque se a mão não desejar, ou se isso não for importante para ela, não adianta. Não vai fluir por muito tempo. Então, aprendi nesses anos de atendimento em consultoria em aleitamento materno que a mãe tem de querer e nem eu, nem o pai ou outro familiar pode querer mais que ela.


Concluída essa questão, é importante dizer que num país imenso como o Brasil, o suporte materno infantil para essa fase tão importante da mulher ainda é desconhecido. Muitas mulheres nem sabem que existe, já que na época das nossas mães, esse serviço não existia. Agora, dificuldades para amamentar? Essas são antiguíssimas! Pergunta para a sua mãe, avó, tias, se elas tiveram dificuldade na amamentação...


Para as mulheres que conhecem a consultoria em aleitamento materno, a maioria ainda tem em mente de procurar ajuda quando os problemas já estão instalados. É aí que mora o problema! Quando a mãe decide procurar ajuda, o peito já empedrou, o mamilo já feriu, o bebê já desidratou, a mastite já apareceu, a produção de leite caiu e o bebê foi para a fórmula. É uma série de eventos que podem levar ao desmame, deixando muitas mães com sentimento de fracasso. Por esses motivos, a nossa sugestão é trabalhar preventivamente.


Geralmente, a mãe de primeira gestação está muito preocupada com parto, enxoval, foto, etc., e não nos contam que é interessante ter uma pessoa para auxiliar na amamentação. Ou de saber pelo menos onde procurar ajuda, já que várias maternidades oferecem o serviço de orientação na amamentação também, gratuitamente. Ainda não faz parte da cultura da mulher agir na prevenção de problemas nessa área materna. Quando a mulher procura auxílio, ou ela já teve uma experiência ruim, ou alguma amiga, ou familiar teve dificuldades, e ela decide procurar ajuda antes. Por isso, busco chamar atenção da gestante ainda durante a gravidez, pois, ela pode não conseguir auxílio no dia em que precisar.


Eu vou te contar algumas inverdades que permeiam a amamentação no pós-parto, não somente para dar exemplos, mas porque você precisa já saber a quem recorrer:



1. Você não receberá o suporte merecido na maternidade. Isso é fato. Não porque as profissionais dos hospitais não querem, muitas têm boa vontade em ajudar. Entretanto, a demanda é tanta que elas não conseguem dedicar o tempo necessário à família;


2. Muitos profissionais das maternidades não estão devidamente preparados para orientar a família. Ainda há muitas práticas antigas, muito desencontro de informações, e sim, muita falta de interesse dos profissionais em se atualizarem.


3. Seu bebê pode não querer sugar no seu peito nos primeiros dias por diversos motivos: sonolência, disfunções orais, trabalho de parto prolongado, posição intraútero, torcicolo congênito, dificuldades gerais de sucção, língua presa, efeito da medicação da cesárea, enfim, são várias possibilidades. E a família fica perdida, sem saber o que fazer. Se está certo, se não está... acorda o bebê, não acorda...


4. Geralmente, o bebê da maternidade é um anjo que só dorme. Neste momento, muitas famílias falam: mas é muito tranquilo, muito bonzinho. Mal sabendo elas, que o verdadeiro bebê vai surgir quando eles chegarem em casa. O bebê que vai chorar - e vai chorar muito -, que vai precisar de muito colo e acalento. O bebê passa as primeiras 24 horas sem nem saber que nasceu. E os problemas da mãe na amamentação vão surgir, na maioria das vezes, em casa, longe dos holofotes da maternidade e sem ajuda profissional. E agora, José? Fazer o quê? Dá mamadeira, chupeta, tenho leite, não tenho leite, quando vai descer o leite?


5. Numa situação normal, o bebê só vai passar pelo pediatra depois de uma semana - no mundo ideal, seria nas primeiras 48h. Até lá, muita coisa já aconteceu, incluindo: perda de peso, desidratação, introdução de fórmula, bicos, mamadeiras, baixa produção de leite, lesões mamilares das mais diversas, sensação de incapacidade e fracasso e uma série de outras consequências. Por isso, a consultora em aleitamento materno é capaz de avaliar e identificar os problemas e encaminhar esse bebê o mais rápido para o serviço médico, além de intervir em alguns desses contratempos.




Mas o que seria essa preparação na gestação?


Se a mãe puder contratar uma profissional da amamentação ainda na gestação, esse seria nosso mundo ideal. No entanto, se ela não puder, ou se na cidade dela não existir esse serviço, é importante procurar saber onde ela pode procurar auxílio, seja em hospitais ou algum atendimento virtual.


Não existe preparação física para amamentação, já que o nosso corpo se encarrega dessa parte. Tomar sol também não vai te ajudar a amamentar melhor, e é grande a polêmica envolvendo o assunto. O sol era sugerido no Manual do Ministério da Saúde em 2009, mas logo depois foi retirado. Então, a gente pode se preparar com algumas informações de qualidade em fontes seguras, como: leitura de livros, participação em cursos e oficinas, rodas de conversa, lives e, se possível, a consulta gestacional da amamentação.


Há profissionais oferecendo esse serviço em todo o Brasil nos mais diversos formatos.


Não há mais desculpas para não se preparar.

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